Levantamos cedo, mas não tão
cedo, porque decidimos pegar o barco da tarde para a ilha (parte norte), já que
posariamos por lá. Copacabana é uma cidade muito charmosa, margeando todo o
lago Titicaca e com um aspecto de balneário sem prescedentes (mas só com as
partes boas de um balneário). Ficamos em um hostel bastante ruim um pouco
afastado da praça principal (que leva para a orla do rio onde os barcos saem).
O esquema é ficar exatamente nesta rua que desce pro Titicaca, alí tem alguns
hostels e também bastante artesanato e roupas de frio. Como tinhamos bastante
tempo, pois o barco sairia 13:00 horas, resolvemos subir o miradouro (O
subidinha difícil) que dá para uma vista incrível do lago.
Nem chegamos a almoçar,
aproveitamos que na frente da praça tinha umas senhoras vendendo uma penca de
sementes diferentes (castanha do pará e semelhantes) e comemos aquilo mesmo. Antes
de subir para o mirador, alí mesmo, nesta rua da foto acima, existem algumas
agências, fechamos com uma delas o barco de ida à ilha e também o ònibus para
amanhã que vai para Cusco (existe um que sai de noite proximo âs 19 horas.
Pegamos este).
O barco para a parte norte da
ilha leva 3 horas para chegar (não, eles não são lerdos, o rio é imenso mesmo).
O Titicaca é o lago de maior altitude do mundo, e sua beleza é exuberante. Rola
muito ir por cima dele, apreciando a paisagem (mas faz bastante frio).
A ilha é maneiríssima, areia
limpa, rio limpo, e um clima bem ameno tendendo ao frio. Assim que chegamos, a
fome bateu absurdamente e procuramos por algum restaurante. Como a parte norte
é quase não-turistica, o restaurante que encontramos na realidade é uma coisa
extremamente simples e bastante familiar. Mas cara, a Trucha a la Plancha deles
é imbatível – Certamente nunca comerei um peixe tão bom em minha vida novamente.
Infelizmente não me lembro o nome do restaurantezinho, mas, provavelmente,
todos são iguais.
Fechamos um hostel bem ruinzinho
(porque na realidade não existe hostel bom na ilha). Este foi o único que
achamos com água caliente. Deixamos as coisas e fomos conhecer as ruinas
Tiwanaco. O interessante deste lugar, é que ´por causa da altitude e o
isolamento, tudo aqui ficou pequeno. As vacas são vaquinhas, os bois são
boisinhos e não precisa nem dizer que as pessoas são pequenas também.
Caminhando por uma trilha de chão empedrado, o mesmo que os habitantes mais
antigos que esta ilha já possuiu usaram, seguimos atrás dos resquícios Tiwanaco
– Seus templos e edificações habitacionais –; O dia já estava se escondendo, e
as primeiras faixas penumbrosas surgiram no céu, criando uma imagem dicotômica
e lúgubre surpreendente. Este estado de luminescência envolvia toda a paisagem
deslumbrante: O lago sereno e imenso e as montanhas, algumas recortadas pelo
vento criando andaimes e outras bastante lisas. Um fascínio para os olhos. O
POR DO SOL NO TITICACA É IMPAGÁVEL.
Após certa de 40 minutos de
caminhada, chegamos a extremidade da parte norte, onde, finalmente, residiam as
edificações Tiwanako. Foi meu primeiro contato com uma civilização tão antiga,
e a viagem a partir dali, deixou de ser uma mera aventura para ganhar um teor
mágico surpreendente. A partir deste ponto até Cusco, toda a cultura
contemporânea se funde à antiga, você se sente energizado todo o momento e com
uma sensação de plenitude todo o tempo.
As edificações são muito
pequenas, e os Tiwanacos, ao contrário dos Inkas, tinham a cultura de
sacrifícios humanos. Atualmente, existe um festival que ocorre no mes de Junho
todos os anos na ilha o qual oferendas de animais ainda são feitos (Alpacas coitadas) relembrando e reafirmando a ancestralidade do povo.
Após percorrer toda a extenção da
ilha e a noite já cair – com ventos bastante fortes – resolvemos voltar.
Enquanto caminhavamos pela praia, um grande grupo de barracas de mochileiros
jaziam acampando no local. Jurei pra mim mesmo que da próxima vez que for, eu
também acamparei alí. O céu, um teto abobadado por estrelas brilhantes,
quebrando sua imobilidade por algumas cadentes, transformavam o local em algo
surreal (só veria um céu ainda mais bonito que este na primeira noite da trilha
Inka). Chegamos estafados no hostel, e pra nossa surpresa? NÃO TINHA ÁGUA!
Acabei dormindo daquele jeito mesmo, e por incrível que pareça, não me fez
falta naquele dia, eu estava totalmente inibriado por aquele lugar e por estar
alí. Não pude deixar de agradecer a Deus pela oportunidade incrível que Ele me
dava, e também pensei muito em meu pai... não existe no mundo outra companhia
que mais desejei naquele momento do que estar naquele lugar com ele.
Indiscutivelmente!
DICAS & SALDOS:
Hostel em Copacabana – 40 Bolivianos
Barco para o titicaca – 25 Bolivianos
Ônibus para Cusco – 90 Bolivianos
Hostel na Ilha do Sol – 30 Bolivianos
- Em copacabana, existe uma série de restaurantes muito legais naquela mesma rua principal que dá para as docas! O preço não é caro e a comida muito boa. Tem barzinhos também muito legais vale a pena curtir uma noite por ali.
- Aproveite Copacabana para comprar blusas, luvas, tudo o que você precisar, de pele de Alpaca. Os preços variam de 70 a 80 bolivianos. Se são completamente de alpaca? Eu não sei, mas são bonitas e bem feitinhas! Eu comprei duas! Não achei artigos tão bacanas assim em La Paz.
- Não marque bobeira e pegue hostels que estejam também nesta rua que desce para as docas. Ficar em outros lugares, mais afastados, como eu fiquei, é besteira! Deu pra entender que tudo o que você precisa está nesta rua né? hehe.
- Existem dois grupos de barco que partem para a ilha. O que vai para a região sul demora somente duas horas. O para o norte, três horas. É possivel, por uma trilha bastante cansativa de 3 horas, atravessar a ilha a pé. Isso te permite sair cedinho da parte Sul e ainda pegar o barco das 10:00 na parte norte (caso você não possa esperar pelo das 13:00 horas). Ou você pode, simplesmente, ficar apenas na região Sul, apesar das ruínas de lá serem bem piores que da outra parte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário